domingo, 13 de setembro de 2009

Pearl Jam: Backspacer (2009)




Resenha originalmente publicada como comentário no post de opiniões do site pearljamevolution.com. Publicado antes do álbum sair, no próximo dia 23


Foram mais de 10 anos desde Yield, grande álbum ensolarado de road rock, e último álbum do Pearl Jam produzido por Brendan'o Brien, e este Backspacer. É inevitável sorrir ao ouvir Backspacer.

"Binaural" (2000) foi caracterizado por grandes canções experimentais, com uma produção também experimental, feita pelo "Los Lobos producer" Tchad Blake. Em "Riot Act""  (2002), a leveza voltou ao som da banda (talvez, caracteristica da pós produção de Brendan 'o Brien), e arranjos de violão de canções mais sérias deram um tom bonito e sofisticado ao álbum, mas parecia carecer de uma certa energia. "Pearl jam", de 2006, trouxe esta energia, porém, mal dosada pelas mãos de Adam Kasper, ex assistente de Brendan'o Brien. As canções são fortes, mas a produção do álbum peca, as guitarras soam um pouco enjoativas, e os vocais de Vedder e os backings de Matt, exagerados. A produção consegue ainda estragar Gone, uma das melhores canções do álbum. Chegaram a chamar o CD de grunge, mas me soa mais setentista, em alguns aspectos, parecido com o Binaural.

"Backspacer" traz de volta o Pearl Jam ensolarado dos álbuns "Versus" (1993) e "Yield" (1998): As guitarras estão no tom certo, agradáveis, os backing vocals no tom certo, não há sobras ou exageros como nos álbuns anteriores.

Gosto muito de comparar Yield do Pearl Jam ao Magic, do Bruce Springsteen, os vejo como discos perfeitos de road rock. Coincidentemente, considero Backspacer para o Pearl Jam como "Working on a Dream" (2009)para o Bruce Springsteen: Os 2 discos de Bruce não são parecidos e prefiro os primeiros de cada relação (Yield do PJ e Magic do Bruce), mas WOAD e Backspacer são agradabilíssimas surpresas. Em tempo: Os 4 álbuns mencionados aqui foram produzidos por ´o Brien.

Assim como li em comentários de outros fãs, "Among the waves" e Unthought Known" são os pontos mais altos do álbum, e fazem parte da seleta sequência que inclui "Just Breathe" (que poderia estar no álbum solo de Vedder como continuação da instrumental "Tuolumme") e a gostosa "Johnny Guitar". "Speed of sound" soa melhor na versão ao vivo solo de Vedder, mas não chega a ser a descrepância observada na mesma comparação ao vivo premiere/estúdio de "Gone", do álbum anterior."Gonna see my friend" sim soa como grunge, e não "Severed Hand" do álbum anterior, como observaram alguns fãs e críticos que chegaram a comparar a música com Alive (!) do primeiro álbum da banda. Mesmo as oitentistas "The Fixer" e "Got Some" soaram excelentes nas mãos de ´o Brien.

"Unthought Known" é a principal referência em bateria no álbum, mas no disco todo finalmente os fãs do Pearl Jam são agraciados por ter o ex baterista do Soundgarden na banda. Matt toca muito, e desta vez sua bateria está bem produzida. Não tem o feeling de Jack Irons, mas mesmo na música mais "a cara" de Jack, "Among the waves" , Matt não faz feio.

Depois de "Binaural" e "Pearl Jam", meu nível de expectativa em relação a banda se tranformou em alguma esperança. Depois de ouvir este álbum, energético e com canções bem melódicas, meu nível de expectativa voltou a subir.

Uma curiosidade: em algum aspecto, considero a unidade, a melodia e o som de Backspacer parecido com "Libertad", segundo álbum do Velvet Revolver, produzido por Brendan ´o Brien também.

Curioso sobre o Backspacer? Visite a comunidade do Pearl Jam Evolution no orkut, ou acesse o blog do Gabriel para saber mais, www.pearljamevolution.com