quarta-feira, 30 de dezembro de 2009

Retrospectiva dos posts faltantes, 2009...

Muita água rolou nesses idos meses de 2009. Peguei um trampo mega pesado que me deixou sem fins de semana na maior parte do ano. Faltei em vários aniversários, inclusive Danilinho e Drudi (foi mal caras, really sorry...)

Mas consegui ouvir uma coisa boa aqui, outra ali. O novo do Bruce Springsteen, "Working on a Dream", a primeira boa novidade do ano, ficou devendo um post. Uma pena, porque é mais um belo disco produzido por Brendan'o Brien. O novo do Alice in Chains, "Black Gives Way to Blue", é um álbum digno e consegue retomar bem o espírito da banda, continuando o trabalho interrompido em 1996. O líder agora é Jerry Cantrell, sem dúvida, que toca a banda como uma extensão de sua carreira solo, mas isso não é uma negativa. Willian Duval consegue fazer bem as vezes de Layne, sem ser Junkhead como o falecido.

O novo do U2, "No Line on the Horizon", lançado no começo do ano, é outra boa surpresa. Soa como uma continuação de Achtung Baby as vezes ( o mérito aqui não é do produtor anos 80 de volta, e sim do time de Achthung baby auxiliando a banda). Em outras canções, soa como o u2 mediano dos últimos álbuns, uma equação que faz a média entre estilos da banda dos 80's e 90's, nada novo.

Uma bela surpresa: o novo da Norah Jones, "The Fall" tira a cantora do piano e a traz para a guitarra, combinando a boa dose de blues-folk-bluegrass de tipos como Ryan Adams (que toca em uma das faixas do disco) com uma sonoridade que remete aos outros artistas que fizeram a trilha de "My Blueberry Nights", ou "Um beijo roubado", filme em que a própria cantora estrela como protagonista.

Mais uma bela surpresa: a banda formada pelo vocalista do QOSA, Josh Home, o líder do Foo Fighters na batera, Dave Ghrol, e o baixista do Led, Sir John Paul Jones, lançou o homônimo disco "Them Crooked Vultures" no final de 2009. Uma boa esperança de bom rock no ar.

Bons eventos: O show do Faith no More foi simplesmente um sonho realizado. Patton interagiu bem com a platéia, conversando diversas vezes em português. Destaques do show: 1) Setlist (abriram com a brega e impagável cover "Reunited", tocaram vários bons petardos: "Epic", "From out of Nowhere", a impagável cover de "This guy's in love with you", "Ricochet"!!!, "Digging the Grave"!!!, e a grande sequência "King for a Day", "Ashes to Ashes" e "Just a Man". Sempre amei FNm e sempre vou amar. Foi a primeira banda a qual me declarei fã, no ano de 1990, e guardo a banda com carinho. A originalidade, o sarcasmo, o cinismo, a alternância de estilos fazem da banda uma escolha sem igual. Durante o show, Patton falou várias frases engraçadas em português: "Secos...molhados"(apontando para o público molhado que acabava de ouvir a primeira música do show quando a chuva parou), "Vão para casa, estamos velhos, estamos cansados", "E aí Papito?", "Faz tempo... uns 15 anos, mais ou menos" (ou algo assim). Houve mais momentos de falas em português, mas não me lembro agora. A banda ainda tocou um trecho adapatado de "ela é carioca", clássico da mpb, como "ela é paulishta". Outro trecho memorável foi quando Patton desceu do palco para gritar, em bom português, "porra, caralho", repetidas vezes, apontando o microfone para os sortudos que interagiam com ele nas primeiras fileiras. Este foi um show que valeu cada centavo gasto para pista vip, e também, por estar com meu amigo Alan, e (mesmo em outra área), com meu irmão mais velho e com outro grande velho amigo, o Omar.

Um outro bom evento foi mais uma Seattle night no começo de dezembro na Ledslay, com 2 boas surpresas: as bandas Warm Machine (Bush Cover) e Social Parasite (Alice in Chains cover) nada deveram as anteriores que vi no começo do ano, Paradoz Scene (Bush cover) e Facilift (Alice in chains). O vocal da Warm Machine não estava tão fiel quanto da Paradox, mas atendeu bem, e o instrumental da banda estava demais! A Social Parasite levou o público à loucura, apesar da banda não contar com devotos tão fieis quanto a Facilift, e o vocalista da Social Parasite, Duda Franco, era um poço de energia, bem ao contrário do vocal da Facilift, mais fiel ao estilo do falecido ex-líder do AIC. Por conta disso, Franco poderia liderar muito bem uma banda cover de Stone Temple Pilots de alta qualidade, artigo em falta nas noites paulistanas.

Últimos comentários: Chris Cornell anunciando o retorno do Soundgarden (notícia fresquinha do início de 2010), STP gravando novo álbum a ser lançado ainda em 2010 e Axl e seus trainees vindo ao Brasil no primeiro trimestre de 2010.

Negativa: perdi meu pen drive com muita música boa, uma grande pena!

domingo, 13 de setembro de 2009

Pearl Jam: Backspacer (2009)




Resenha originalmente publicada como comentário no post de opiniões do site pearljamevolution.com. Publicado antes do álbum sair, no próximo dia 23


Foram mais de 10 anos desde Yield, grande álbum ensolarado de road rock, e último álbum do Pearl Jam produzido por Brendan'o Brien, e este Backspacer. É inevitável sorrir ao ouvir Backspacer.

"Binaural" (2000) foi caracterizado por grandes canções experimentais, com uma produção também experimental, feita pelo "Los Lobos producer" Tchad Blake. Em "Riot Act""  (2002), a leveza voltou ao som da banda (talvez, caracteristica da pós produção de Brendan 'o Brien), e arranjos de violão de canções mais sérias deram um tom bonito e sofisticado ao álbum, mas parecia carecer de uma certa energia. "Pearl jam", de 2006, trouxe esta energia, porém, mal dosada pelas mãos de Adam Kasper, ex assistente de Brendan'o Brien. As canções são fortes, mas a produção do álbum peca, as guitarras soam um pouco enjoativas, e os vocais de Vedder e os backings de Matt, exagerados. A produção consegue ainda estragar Gone, uma das melhores canções do álbum. Chegaram a chamar o CD de grunge, mas me soa mais setentista, em alguns aspectos, parecido com o Binaural.

"Backspacer" traz de volta o Pearl Jam ensolarado dos álbuns "Versus" (1993) e "Yield" (1998): As guitarras estão no tom certo, agradáveis, os backing vocals no tom certo, não há sobras ou exageros como nos álbuns anteriores.

Gosto muito de comparar Yield do Pearl Jam ao Magic, do Bruce Springsteen, os vejo como discos perfeitos de road rock. Coincidentemente, considero Backspacer para o Pearl Jam como "Working on a Dream" (2009)para o Bruce Springsteen: Os 2 discos de Bruce não são parecidos e prefiro os primeiros de cada relação (Yield do PJ e Magic do Bruce), mas WOAD e Backspacer são agradabilíssimas surpresas. Em tempo: Os 4 álbuns mencionados aqui foram produzidos por ´o Brien.

Assim como li em comentários de outros fãs, "Among the waves" e Unthought Known" são os pontos mais altos do álbum, e fazem parte da seleta sequência que inclui "Just Breathe" (que poderia estar no álbum solo de Vedder como continuação da instrumental "Tuolumme") e a gostosa "Johnny Guitar". "Speed of sound" soa melhor na versão ao vivo solo de Vedder, mas não chega a ser a descrepância observada na mesma comparação ao vivo premiere/estúdio de "Gone", do álbum anterior."Gonna see my friend" sim soa como grunge, e não "Severed Hand" do álbum anterior, como observaram alguns fãs e críticos que chegaram a comparar a música com Alive (!) do primeiro álbum da banda. Mesmo as oitentistas "The Fixer" e "Got Some" soaram excelentes nas mãos de ´o Brien.

"Unthought Known" é a principal referência em bateria no álbum, mas no disco todo finalmente os fãs do Pearl Jam são agraciados por ter o ex baterista do Soundgarden na banda. Matt toca muito, e desta vez sua bateria está bem produzida. Não tem o feeling de Jack Irons, mas mesmo na música mais "a cara" de Jack, "Among the waves" , Matt não faz feio.

Depois de "Binaural" e "Pearl Jam", meu nível de expectativa em relação a banda se tranformou em alguma esperança. Depois de ouvir este álbum, energético e com canções bem melódicas, meu nível de expectativa voltou a subir.

Uma curiosidade: em algum aspecto, considero a unidade, a melodia e o som de Backspacer parecido com "Libertad", segundo álbum do Velvet Revolver, produzido por Brendan ´o Brien também.

Curioso sobre o Backspacer? Visite a comunidade do Pearl Jam Evolution no orkut, ou acesse o blog do Gabriel para saber mais, www.pearljamevolution.com

terça-feira, 25 de agosto de 2009

how funky and strong is your fight

Há dois meses morreu Michael Jackson. Se estivesse vivo completaria 51 anos neste sábado (29). Você provavelmente recebeu uma overdose de clips e especiais na TV e deve estar cansado de ouvir que ele era o Rei do Pop. Clichê ou não, não vai existir mais ninguém como Michael. Seja porque será difícil ter outro com tanto talento, seja porque o modo como consumimos entretenimento mudou completamente.

Deixo aqui o vídeo do meu clip favorito: Beat It. Com coreografia, estética e fotografia irretocáveis, por mim vence Thriller com facilidade. A direção é de Bob Giraldi e solo de guitarra de Eddie Van Halen.

PS: o canal desse vídeo no Youtube é do próprio Bob Giraldi, ele também foi diretor do clip Hello de Lionel Richie. Sem dúvida, um dos mais não intencionalmente-engraçados clipes da história. Vale assistir no mesmo canal.

segunda-feira, 20 de julho de 2009

Nova do Pearl Jam: The Fixer



O nome do post diz tudo. Eu não gostei muito não, achei meio pop demais.Ouçam e tirem suas conclusões. Pra levar no mp3 player: aqui ou aqui. Créditos: Os amigos do pearljamevolution.

sábado, 18 de julho de 2009

Filter: Anthems for The Damned (2008)



Em 2006, enquanto Scott Weilland ainda não havia gravado seu último álbum com o Velvet Revolver, o coração do Stone Temple Pilots - os irmão DeLeo, que comandam a guitarra e o baixo da banda, chamaram um então desconhecido para mim - Richard Patrick - para se juntar a eles e ao excelente baterista Ray Luzier para gravar o excelente e único álbum da banda, o auto intitulado Army of Anyone. O trabalho me fez conhecer a outra banda de Patrick, ex NIN e irmão de Robert Patrick, o vilão do filme "Exterminador do Futuro 2" (1991). Filter, seu "one man work" (tal qual o NIN de Trent Reznor) é um grupo de rock industrial dos anos 90, que foi deixando seu som mais melódico com o passar dos anos.

"Anthem For The Damned"
é o resultado do refinamento de Patrick após o trabalho com o Army of Anyone. Patrick chamou o guitarrista do Limp Biscoito, Wes Borland, e o baterista Josh Freese (" A Perfect Circle", vários) para gravar o disco.

Na minha opinião, é o último álbum excelente do som que eu mais aprecio: o rock contemporâneo dos anos 90. 90% das bandas que nascerem e/ou fizeram este som nos anos 90 não o fazem mais. O Filter faz isso e faz bem: mistura sons mais pesados, marca característica dos álbuns anteriores da banda ("What's Next", "The Take") com canções tensas, que oscilam entre a melodia e o pesado ("In dreams", "I keep flowers around"), combinando, finalmente, com canções mais melódicas. Aí, aliás, está o verdadeiro tesouro do álbum , o que vale desembolsar dinheiro: Há o hit certeiro anti-guerra "Soldiers os Misfortune", e a sequencia deliciosa composta pelas canções "Cold", o ponto mais alto do álbum - "Hatred is contagious", "Lie after lie" e "Kill the day". Nada mal para um ex guitarrista do NIN.

Ouça aqui
http://schizo1977.blogspot.com/2008/05/filter-anthems-for-damned-2008.html
e aqui http://xposeme.blogspot.com/2008/09/filter-anthems-for-damned.htm
l


quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

Luiz Caldas: A nova cria do Rock nacional!

Deu no G1: Luiz caldas está gravando um disco de rock nacional. Não, você não está lendo errado: é o cara do axé music, da trilha de Tieta, etc. Link para a matéria aqui . Eu ouvi a música "Maldição", no my space do cantor , e posso garantir que é rock de primeira, com riffs bacanas que nada ficam a dever a algumas coisas mais pesadas do Metallica e do Pantera. Entrem e lá e confiram!

domingo, 25 de janeiro de 2009

Dig Out Your Soul in The Streets

Gostando da banda ou não, vejam este vídeo: eles tiveram uma idéia genial. Pouco antes de lançar o irregular "Dig out Your soul", útimo disco do Oasis o qual eu curto apenas metade, os ingleses ofereceram 4 músicas ("The Turning", "(Get Off Your) High Horse Lady", "Bag It Up" and "The Shock of the Lightning") para artistas de rua da querida New York executarem em público, em áreas como as estações de metrô Grand Central, Times Square, Penn Station e Astor Place. Estas versões provam como Noel é um bom compositor e um cantor chato, e algumas delas superam as originais do álbum (Lian lamenta no final do vídeo brincando, mas não creio que deveria brincar). Há lances legais de blues e folk aqui. Gostando de Oasis ou não, nunca vi banda alguma fazer isso, e me espanta esta idéia sair do Oasis. Eu esperaria isso do original cantor folk Ryan Adams (Ryan, não o mala Bryan) ou dos marketeiros do u2. Stop double talkin' jive, assistam o MTF video!
Uma última nota: Um destes músicos de rua fala pro Liam que ele tinha uma banda e que ganhava grana regularmente para poder pagar o aluguel anos atrás, vejam oque o vocalista do Oasis responde!

quinta-feira, 8 de janeiro de 2009

Hüsker Dü

pra gente que tava reclamando da falta de um bom rock'n'roll, uma pauladinha 80´s simples e boa:

Hüsker Dü - Could You Be The One

domingo, 4 de janeiro de 2009

Resposta para "qual é o cenário"

Prezado Julio,

Como respondi em seu post e prometi, peço que confira abaixo 2 exemplos do que se pode chamar de cenário hoje em SP. Se você frequenta o cenário rock da rua Augusta, verá várias bandinhas punks formadas por uma molecada mais nova e várias cópias do Cansei de Ser Sexy, se é que você ainda não conhece esta banda. Verá diversas menininhas se vestindo igual as meninas do Cansei de ser sexy, lá fora chamado de CSS.

Os clipes abaixo são provas que a cria pode superar o criador. Você verá 1 clipe do CSS, outro feito pelos caras do Hermes e Renato, que estão morando em São Paulo (parece que na região da Paulista, se eu não me engano), na banda que eles montaram pra tirar um sarro, "Quero ser Hype". Note a semelhança das canções, e como o som do "Quero ser Hype" presta um tributo ao CSS. Solta o VT!

1) CSS "Let's Make Love and Listen to Death From Above"

Você só precisa ouvir o primeiro 1 minuto e meio da música...



2) Quero ser Hype - bando inspirada, executada pelos caras do Hermes e Renato




(Detalhe pro refrão que els cantam sobre lesbian power, e outro trecho sobre uma conhecida marca de salgadinhos)

qual é o cenário?

Eu tô pra escrever sobre este assunto há algum tempo já. No começo do ano passado eu assisti a alguns episódios de uma série do Multishow chamada Que Rock é Esse? que apresentava de forma didática e com alguns depoimentos os principais estilos e personagens do rock nacional. Aquela coisa toda pra adolescente ter mais cultura, mas era agradável de se assistir.

Apesar de cair um pouco na mesmice da cena musical Rio-São Paulo anos 80 e o impacto do Rock In Rio I de 1985, era curioso perceber que havia bandas, casas de show e movimentos que se destacavam. Independente se tocavam na rádio, tinham discos etc...


Não sei se o excesso de informação e conteúdo musical produzido que temos disponível atualmente acaba matando este tipo de situação. Resumindo tudo: se alguém me perguntar daqui a 20 anos o que rolava em São Paulo de música nos meus 20 e poucos anos eu não vou saber responder. Não sei se isso tem relação também com o fim do modelo fonográfico que aconteceu no começo desta década.


PS: Que Rock é Esse continua passando no Multishow, mas em um formato enlatado sobre música internacional.

2009

Vou usar este post só pra deixar meus votos de um ótimo 2009 aos queridos amigos que suportam este blog e aos visitantes que de alguma maneira nos acham no google :)

E mais dois recadinhos para Wagner Uchydah:
- Você já respondeu a mensagem do visitante que deixou um comment no post "Álbum da década: Runnin' Wild - Airbourne"?

- Comentei seu post "Chinese Democracy - uma abordagem franca".


Um beijo pra todo mundo, menos para a reforma ortográfica.

sábado, 3 de janeiro de 2009

[LIVRO] : SLASH !


O primeiro post de 2009 é dedicado a um livro: A biografia de Slash, por ele mesmo e um tal de Anthony Bozza. Não sei o que o tral Bozza fez no livro pois nos´créditos isso não é bem especificado, mas este livro, obrigatório para quem foi fã de GNR, é uma leitura leve em prosa apesar dos temas pesados que aborda. O livro conta desde a infãncia do guitarrista, como teve interesse pelas guitarras, seus ídolos, a origem de seu apelido, como começou com as cartolas, os divertidos primeiros anos do GNR, e conta também - embora não seja este o foco do livro - a visão de Slash da separação do GNR. Eu realmente achava Slash e Duff os vilões da expulsão de Scott Weiland do VR, mas depois do que aconteceu om Axl até dá para entender um pouco os caras. O livro é baratinho - a edição pela Ediouro está entre 30 e poucos e 40 reais nas melhores casas. Feliz 2009 para todos!