quarta-feira, 31 de dezembro de 2008

Scott Weiland - Happy in Galoshes


Os últimos 2 anos foram tumultuados na vida do cantor e compositor Scott Weiland. Desde 2007, Scott perdeu um irmão em consequência de overdose de drogas, descobriu que sua mãe tinha cancer, gravou o segundo álbum de sua banda no momento, Velvet Revolver, teve uma recaída em relação as drogas após anos limpo, brigou com seus companheiros de banda (ex membros do Guns and Roses), saiu/foi demitido da banda (?), enfrentou o fim de seu casamento com a modelo Mary, reuniu-se aos colegas de sua antiga banda Stone Temple Pilots para uma turnê pelos EUA, visitou a América do Sul duas vezes com duas bandas distintas, e aqui chegamos ao segundo semestre de 2008, quando lançou seu segundo disco solo, Happy in Galoshes.

Happy in Galoshes é, a exemplo do meu post anterior neste blog, um álbum onde a capa pode dizer bastante sobre o disco, mas de uma maneira diferente. O título "Happy" sugere uma felicidade instantânea, quase que como uma pílula, ao mesmo tempo que a expressão de Scott na capa é melancólica. A ilustração lembra as camisetas de nossos tempos, que revivem o indie dos anos 80. E há sim uma faixa indie neste álbum, para surpresa dos que conhecem o cantor, bastante influenciado pela sonoridade do gênero setentista glam rock. O interessante deste álbum é que as duas sensações que a capa transmite, felicidade instantânea e melancolia, se alternam por todo o álbum, e o álbum pode oferecer impressões diferentes ao ouvinte de acordo com o humor de cada um no momento. Em uma época como o final do ano, em que se alternam festas com a revisão do que fizemos no ano, esta alternância de felicidade e melancolia parecem se encaixar perfeitamente a estes tempos.

O álbum começa com uma canção tão setentista e alegre quanto a canção glam "All the young dudes" . "Missing Cleveland" acabou virando clipe e single também. A música fala de nostalgia, e é tocante ouvir trechos como "I'm missing Cleveland in the snow" durante sua execução. A segunda faixa é a ensolarada "Tangle with your mind", aqui Scott soa realmente feliz, tranquilo e relaxado. Nunca gostei muito do som dos anos 00, e Scott, a exemplo do som que fez em 1998 quando tentou fazer uma música de hip-rock no Stone Temple Pilots ("No way out", do álbum "N.º 4"), faz uma música relacionada aos dias de hoje, tempos de releitura dos anos 80. A faixa, que se parece muito com Libertines (uma das poucas bandas de Indie rock do começo dos anos 00 que eu respeito), se chama "Blind Confusion". "Paralysis"parece remeter ao divórcio de Weiland ("...Smoked my last cigarette, took a look at the bed, the one that we called home..."). Scott soa bastante como David Bowie nesta faixa e em outros momentos do álbum. Apesar disso, a cover de "Fame" de Bowie parece um tanto perdida em meio às outras músicas.

Minhas preferidas são as primeiras do álbum, as 2 músicas de estilo parecido com MPB e mais três canções. "Crash" foi anunciada como single, se eu não me engano, e possui toques eletrônicos combinados a um belo vocal de Weiland. "Sentimental Halos" é leve e sutil, e faz lembrar as faixas mais calmas dos últimos álbuns do Stone Temple Pilots. Mas minha predileta é uma canção que Scott compôs antes de entrar para o Velvet Revolver, a tocante "The Man I didn't Know", que parece falar de uma relação pai-filho, com arranjos que parecem remeter a um filme de faroeste.Infelizmente ela só pode ser encontrada na versão dupla do álbum, mas pode ser encontrada no youtube também.

"Happy in Galoshes" foi lançado em duas versões, uma simples e outra dupla (veja setlists abaixo), e possui diferentes sonoridades por todo o álbum em ambas as versões, mas não deixa de ter uma identidade própria e a cara do ex vocalista do Velvet Revolver, que não funciona como uma mera cópia de Bowie, embora ele tente bastante. Há refrões setentistas a la fase "Tiny Music..." do Stone Temple Pilots(caso da faixa de abertura e de "She sold her system"), há momentos mais experimentais que fazem lembrar o primeiro álbum de Weiland, caso de "Big Black Monster", e há casos que o experimental chega a parecer os projetos solo do ex vocalista do Faith No More, como em "Hyper-Fuzz-Funny Car". Há o pop fácil em faixas como "Blind Confusion" e "Blister on my soul ". Há um pouco de MPB, caso das faixas "Killing me sweetly" e "Somethings Must Go this Way", para quem estava acostumado a esta face do cantor nos idos tempos de STP. Há o grandioso confrontando com um lado "radiohead" em "Pictures and Computers". A beleza vai até o piegas nas melodias de "Arch Angel" , e "Sometimes Chicken Soup".

E a coisa não para por aí. Há uma regravação de um antigo lado B de Weiland/STP, "Learning to Drive", que vem agora sob o nome de "Beautiful day" e mais uma cover, bem fiel em relação a original, "Reel around the fountain" dos Smiths, que ficou bem bacana. O disco simples fecha quase com a música de vocal arrastado "Be not afraid", que parece história pra criança dormir, e soa estranhamente natalina.

Setlist álbum simples

1. Missing Cleveland2. Tangle With Your Mind3. Blind Confusion4. Paralysis5. She Sold Her System6. Fame7. Killing Me Sweetly8. Big Black Monster9. Crash10.Beautiful Day11.Pictures & Computers (I'm Not Superman)12.Arch Angel 13.Be not afraid

Setlist álbum duplo

Disc 1
Missing Cleveland, Tangle With Your Mind, Blind Confusion, Paralysis, She Sold Her System, Blister On My Soul, Fame, Killing Me Sweetly, Big Black Monster, Beautiful Day

Disc 2
Crash, Hyper-Fuzz-Funny-Car, The Man I Didn't Know, Sometimes Chicken Soup, Somethings Must Go This Way, Pictures And Computers (I'm Not Superman), Sentimental Halos, Reel Around The Fountain, ArchAngel

Link álbum simples

http://teoriamusikaos.blogspot.com/2008/12/scott-weiland-happy-in-galoshes.html

Links do youtube (dá pra ouvir cada faixa sem precisar baixar)

http://www.youtube.com/watch?v=9ejGWkv1y90&feature=related

PS: Este é o link de uma faixa, mas dá pra ouvir as outras pelos atalhos do Youtube.

Videos

Missing Cleveland




Paralysis

Chinese Democracy - uma abordagem franca


Um pouco da novela

O post que escrevi meses atrás não faz muita jus à minha espera e à reação ao álbum que foi lançado, por isso, resolvi fazer este post como uma abordagem franca.

Entre 2002 e 2003 , quem quer que gostasse de rock que eu encontrasse no caminho e que eu tivesse algum nível de amizade, eu tentava fazer ouvir as poucas músicas recém aperfeiçoadas do chamado "New Guns"que sairiam no lendário "Chinese Democracy" em um futuro sabe se lá Deus quando. Eram músicas boas, que provavam que Axl Rose, apesar de ter perdido sua voz, ainda era um bom compositor. As músicas em questão eram "Madagascar", "The Blues" (lançada posteriormente no Chinese Democracy sob a alcunha de "Street of Dreams") e a mediana (para ser bonzinho, no mínimo) faixa título do álbum.

Os anos passaram, e apesar da angústia do álbum que nunca saía, novas versões vazavam na Internet, e, ao passo que o arranjo de The Blues e Madagascar piorava em alguns pontos e melhorava em outros, uma surpresa boa foi que a voz de Axl recuperou um tom rouco muito parecido com o dos tempos do antigo Guns. Apesar disso, nas esparsas turnês de 2006 e 2007, eu nunca entendi porque Axl insistia tanto em cagar na hora que cantava Sweet Chield 'o Mine, o fazendo com a voz da velhinha surda do programa "a Praça é nossa". O tempo passou, outras músicas vazaram, como a "queeniana" Catcher in the Rye, e a ótima mas um pouco passada "Better". Os sinais de que o álbum sairiam eram esparsos, pra lá de 2006 "Better" foi incluída em um comercial de motos, que acabou não saindo. Até que, em 2008, alguns sinais começaram a aparecer, pouco após a crise que levou o Velvet Revolver, dos ex integrantes do GNR, a perder seu vocalista, Scott Weiland. Axl contratou um profissional ligado ao VR ( o empresário, se eu não me engano), o que me pareceu um pouco estranho, pois aquilo parecia ser uma espécie de disputa com Slash, enfim. E Axl lançou uma música nova chamada "Shackler's Revenge" para um jogo de videogame. Houve também a história de uma balada do disco que iria para a trilha sonora de um filme, a bizarra jogada de marketing do fabricante de refrigerantes Dr. Pepper, a prisão do fã que vazou boa parte do álbum na net, e uma estranha estratégia de Marketing que incluiu lançar a fraca faixa título, na versão do álbum, que contava com um início extendido, algo pouco comum, ainda mais levando em conta uma faixa tão fraca, ao invés de "Better", a faixa de rock mais forte do disco. Dito tudo isso, o álbum foi lançado, e a capa, mais uma vez, fez jus a criação de Axl tal qual as capas de Apetite for Destruction, Lies e Use Your Illusion fizeram aos álbuns anteriores.

O álbum

Chinese democracy começa com a faixa título, uma música industrial que demora para começar e para terminar, e , de longe, não deveria ser a faixa título de um álbum tão adiado e aguardado.

Após este esboço de música industrial, as intenções de Axl de contratar um ex integrante do Nine Inh Nails ficam claras na faixa seguinte, que mencionei que virou trilha de videogame, "Shackler's Revenge". Esta faixa é uma fraca imitação de Nine Inch Nails, algo triste levando o nome do GNR, e é tão boa e significativa para a carreira do GNR quanto "My World" , faixa lançada no disco "Use your Illusion 2" (fãs de GNR sacarão o que eu quis dizer no ato).

"Better" aparece como algo melhor, tentando salvar o disco na terceira faixa. A batida eletrônica do início já soa fora de época em um sentido negativo , felizmente, a mágoa na voz e nas letras de Axl, sua voz recuperada e os riffs do guitarrista Robin Finck valem a canção, que possui apenas uma parada desnecessária no meio, algo que também parece datado, mas que podia ter soado ao menos contemporâneo se o disco tivesse sido lançado anos atrás. Há também um solo masturbatório seguido de guitarras nine inch naianas antes da paradinha no meio da música. Felizmente, Robin conserta a música em um outro solo, este, cheio de emoção, após a parada.

"Street of Dreams" é a boa e velha "The Blues", mais bem trabalhada e com uma produção mais limpa, o que não significa que seja melhor do que alguma das versões anteriores que vazou da música na internet. Ela tem um piano que permeia toda a música, e é doce como "Breakdown"do Use your Illusion 2, mas as partes de guitarra, na opinião deste leigo ouvinte, são menos complexas que a referida canção do álbum Use Your Illusion azul, embora não tenham necessariamente ficado ruins. A canção é boa, seus solos não são ruins e até há um feeling bacana de Robin Finck, mas, de tão boa no meio do mar que é este disco, fica a curiosidade: como seria esta canção se tivesse sido trabalhada por Slash, Duff e Izzy? A canção termina com um final exagerado por parte de Axl, mas sem qualquer clímax instrumental significativo por parte da banda. O que poderia ser uma compensação da falta de clímax pelos instrumentistas acaba se tornando um final brega e afetado por Axl.

"If the World" começa com uma batida eletrônica, com cordas em estilo cigano e um sintetizador, e Axl consegue estragar quando entra com sua voz de velhinha da praça é nossa. Será que ele achou este seria um novo estilo bacana para usar sua voz? A canção tem quase 5 minutos, e quando ouço ela me vem uma sensação parecida com a que tenho quando ouço a faixa título do álbum: a canção vai se desenrolando, você espera algo que vá melhorar a música, até que...
nada acontece. Não sei porque Axl, que supostamente tinha mais de 30 músicas compostas, colocou este lixo que não serve nem como Lado B de álbum. Francamente...

"There was a Time" começa com um estranho coral de igreja e evolui para uma batida trip hop. Eu já havia a ouvido antes, e considero que é um ponto forte do disco, em termos de melodia, riffs e letra, enfim, uma bola dentro do novo Guns. Posso ver aqui que o ex-baixista do Replacements, chamado por Axl de "General" Tommy Stinson por ter comandado a banda nova, fez um bom trabalho. É um dos poucos momentos, como "Street of Blues" e "Better", que fazem valer a pena ouvir o esforço de Axl nos últimos tempos.

"Catcher N' The Rye" tem uma boa melodia, é também uma faixa com pianos, e se parece de certa maneira com o que o Queen fazia nos anos 70. É, de certa maneira, estranha: é excessivamente trabalhada, mas falta uma guitarra solo de presença que faça frente ao piano da música, tal como há em "Estranged"e "November Rain"do antigo Guns. Esta faixa, que conta com um solo a la "Brian May"do Queen, é uma das poucas, juntamente com as mencionadas acima, que merece ser levada a sério, daí as comparações com 2 épicos do Guns. Infelizmente as comparações são mais o que a música poderia ter se tornado do que o que ela se tornou, uma pena.

"Scraped" começa com um conjunto de gritinhos de menininha de Axl que, quando ouvi, pensei "Que m... é essa?". A letra é adolescente ("Don't try to stop us now..." - será que ele se refere aos seus ex companheiros de banda?) e a melodia, a música, o solo, enfim, a canção parece um conjunto de remendos que merecia ficar esquecida em algum lado B.

Eu já havia ouvido "Rhiad N' The Bedouins"quando me chegou aos ouvidos o show que Axl fez no ano novo de 2001, e , na época, o perdoável era que Axl estava se reerguendo, e de certo esta faixa seria esquecida e trocada por coisa melhor no álbum. Infelizmente, não foi. Esta faixa, com guitarras a la Nine Inch Nails, é mais uma canção esquecível que combina o antigo estilo vocal de Axl com o estilo de velhinha da praça é nossa.

"Sorry" começa com um vocal ressentido e uma batida lenta, e parece um desabafo sobre fatos passados. Seria uma música mediana de alguma banda desconhecida se não conhessesemos o talento de Axl e o que ele fez no passado. Diante deste cenário, chega a soar um pouco triste. É mais uma música que carece de uma ajuda da banda, de uma segunda mão para transformar a música em algo bom, por mais que os solos de guitarra não soem ruins.

"IRS" começa com uma guitarrinha bacana, e sua letra parece ter saído de um seriado policial. Tem uma melodia bacana, que por vezes se encaixa na voz de Axl quando ele não faz a voz daquela personagem do programa comandado por Carlos Alberto Nobrega no SBT. Há um solinho desnecessário que está lá só para fazer passar o tempo, mas não deixa de ser uma música bacaninha, passável. O que salva é uma guitarrinha com soul, provavelmente obra de Robin Finck, que começa com a música e a permeia até o fim.

"Madagascar" tem um começo épico, com um órgão que faz lembrar grandes músicas antigas como "Dream on"do Aerosmith. A entrada de uma batida trip hop foi uma boa sacada de Axl. A letra é amargurada, e é uma canção épica mesmo, prova que o talento de Axl não se perdeu totalmente com o passar dos anos. Infelizmente, da versão que ouvi de um Axl gordo na furada apresentação da nova banda no Rock in Rio 3, algumas coisas mudaram. Axl colocou sua ótima voz rouca em uma versão que ouvi nos shows de 2006, mas a voz na versão final que ouvi no disco ficou um pouco estranha. O primeiro solo que ouvi no RIR 3 de Buckethead na ocasião, simples, fora substituido por uma entediante versão extendida composta pelo próprio ex guitarrista anos anteriores, e infelizmente, esta versão foi para o disco. Detalhes de superprodução acabam mais por subtrair do que somar à versão do disco, no final das contas. Mesmo assim vale ouvir, é uma bela canção.

"This I Love" começa com uma introdução de piano e uma bela melodia, algo como um Queen dos anos 70, chegando a ser um pouco piegas. Há um violino ou sintetizador imitando violino de fundo também, e carece do mesmo problema de guitarra que "Catcher in the Rye". Tem também um solo a La Brian May, bem executado (provavelmente por Robin Finck, é mais a cara dele). Mas esta é a minha opinião sobre a música.

"Prostitute" começa com uma melodia pop, um tanto enjoativa, seguida por riffs pesados de guitarra, a esta altura, já característicos do novo Guns. E o álbum acaba aqui.

No final das contas, Chinese Democracy soa como um álbum com pitadas de Queen, letras auto indulgentes e tentativas fracas de soar como Nine Inch Nails. Se fosse diferente mas valesse a pena, eu até gostaria do álbum. A super produção, combinada a soma de retalhos, músicas que quase chegam lá mas não chegam, fazem deste disco um triste álbum, na minha opinião. Seria um interesante álbum solo de Axl, ou se fosse uma outra banda. Mas não dá pra entender porque Axl insiste em carregar o nome de sua antiga banda, ainda mais quando se conhece o som e oque rolava no processo de composição, como li na recente biografia de Slash. Uma pena mesmo.

Rock'n roll Circus - Quando os elos se fecham

Quando comecei este tema meses atrás, pensei no quão pequeno é este mundo de rock'n roll americano. Pensei em escrever com suspense uma série de posts que teriam sim sua amarração, mas acabei não conseguindo. E eis que estou aqui, em SC, finalizando o ano e alguns assuntos não acabados.

Resumindo a história toda: Axl Rose tem como braço direito nas guitarras um cara com um jeito tanto estranho mas peculiar de tocar, e muito querido pelos fãs da invenção bizarra que hoje é chamada de "novo guns": Robin Finck, ex/atual (?) guitarrista do Nine Inch Nails. E isso não deixa de ser interessante, pois acaba sendo mais um elo da relação de 2 bandas que gosto muito, Guns and Roses e Stone Temple Pilots. Vejam só: Anos após a separação do Guns, Slash, Duff e Matt acabaram se juntando a Scott Weiland, que na ocasião estava deixando o Stone Temple Pilots, para compor a formação que durou cerca de 4 anos do Velvet Revolver. Os membros que faziam o coração do STP, o conjunto de cordas baixo-guitarra formado pelos irmãos Robert e Dean Deleo, se juntaram a Richard Patrick, fundador do Filter e ex-Nine Inch nails, para formar o ótimo conjunto, de morte prematura, Army of Anyone. O interessante é que, na época que Patrick deixou o Nine Inch Nails, foi substituido por Robin Finck. Foi pouco depois da época que seu irmão, Robert Patrick, fez o vilão do filme exterminador do futuro 2, cuja trilha sonora chefe era a canção "you could be mine" do Guns and roses.

Vejam só o que tínhamos: Nas camadas de borda, 2 bandas que contavam com ex guitarristas do NIN como elementos chave, o Novo Guns e o Army of Anyone. No centro, o elo do que restou das ex bandas das camadas de borda, Guns and roses e Stone Temple Pilots formando o Velvet Revolver. As pessoas em comum são muitas, e eu passaria muito tempo relacionando todas as possibilidades: Brendan'o Brien produzira todos os álbuns do STP e alguns do Pearl Jam, banda cujo vocalista do STP sofreu péssimas comparações no início da carreira do STP: Weiland foi julgado como uma imitação de Vedder do PJ. Brendan iria produzir o VR anos mais tarde a pedido de Weiland, que contém ex integrantes do GNR. Brendan andou produzindo também Bruce Springsteen, que foi uma das influências de Axl Rose e inclusive fez um dueto com o vocal do GNR no fim da década de 80.

David Bowie é uma das principais influências de Scott Weiland, e foi amante da mãe de Slash nos anos 70, como conta Slash em sua recente biografia. Bowie teria ainda ligado para Slash dando conselhos sobre abuso de drogas à pedido da mãe do guitarrista, nos idos tempos de GNR. Outro fator interessante é a simpatia de Robert Plant e Jimmy Page pelos ex integrantes do GNR. Scott não pôde desfrutar da tietagem dos ex Led Zeppelin, pois, quando os 2 foram ver o VR e entrar nos bastidores pós show, a relação de Scott com os demais integrantes já estava pra lá de ruim, com fim de banda decretado e tudo mais, neste ano de 2008. Justo Scott, cuja ex banda, STP, tem músicas claramente zeppelianas com solos de guitarra pra lá de jimmypagianos , sem mencionar o fato do STP ter regravado "Dancyn´Days" para um tributo ao Zep em 1993/94, e sem mencionar a bela cover instrumental que Dean Deleo do STP tocava de "Rain Song" do Zeppelin nos shows do Army of Anyone...

Um outro cruzamento interessante envolve o nome do baterista Josh Freeze. Josh, que já tocou em uma banda que alguns aqui podem ter ouvido falar, "A perfect circle", tocou bateria no início das gravações do álbum Chinese Democracy do new guns, e tocou também bateria no último álbum do Filter, o ótimo "Anthem for Demand". Só para lembrar, o Filter é a banda de Richard Patrick, o vocal do projeto solo dos irmãos Deleo do STP, Army of anyone.

Lembrei também de Nick Didia. Nick foi engenheiro de som do STP, VR, PJ e Bruce Springsteen.