Este é o meu post inaugural do blog, bienvindo amigos! O tema de hoje é inusitado, pois não fala de um post, mas de um ano, pra mim, considerado um dos anos de ouro da década de 90 no contexto musical, porém, muitas vezes subestimado e mal compreendido, assim como os álbuns lançados naquele ano. Estou falando de 1997.
1997 foi o último ano de ouro dos ingleses no rock´n roll, mas coincidiu com bons lançamentos nos EUA também. 1997 foi o ano de “the color & the shape” do foo fighters, um disco muito melhor que o de estréia deles. Foi ano de “Blur”, disco homônimo e experimental dos ingleses, em que o quinteto flertou com o punk rock americano, fez a bela balada “beetlebum” , além de ótimos petardos deste disco, mas ficou mesmo conhecido por “song 2”, a maldita música do “u-hu”, que foi tema desde comercial até jogo de futebol de videogame. Não foi o ano de lançamento, mas de divulgação do segundo álbum do Bush, “razorblade suitcase”, ano do show deles no Brasil (meu primeiro show de rock, aos 16 anos!), mas foi ano também deles lançarem um disco de remixes (“desconstructed”, de onde saiu a ótima versão remix de “mouth”).
Neste ano minha banda favorita deu um tempo no lançamento e turnê de discos (pearl jam), foi o ano que o Stone Temple Pilots só lançou clipes de divulgação do ótimo “tiny music...” de 1996, ano que a banda mal fez shows por causa dos constantes problemas com drogas do vocalista. 1997 foi ano de promoção também do disco do Live, o soturno e paranóico disco “secret samadhi”, que contava com as belas “Lakini´s juice “ e “turn my head”. Enquanto isso, os ingleses do charlatans lançavam o álbum “Tellin´stories”, que contava com as grudantes faixa título e a canção-chefe “one to another”.
Mike "Juan Lopez" Patton, em cena do clipe "Stripsearch"
97 foi um ano triste, pois 2 de minhas bandas favoritas acabaram nesse ano: o soundgarden, após lançar o bom “down on the upside”, de 1996, e o faith no more, após lançar “álbum of the year”, de 1997, que continha as belas “ashes to ashes” (com direito a um belo clipe), “stripsearch” (clipe na qual Mike Patton simula ser um criminoso latino, com direito a el bigodon e tudo mais, sendo preso no aeroporto). Este álbum termina com a enigmática”Pristina”. Bela música pra encerrar uma carreira, mas pouco ligada ao bom humor da banda, com depressão típica daquele ano.
Em 1997 o mundo (e eu) descobriu “The Verve”. Banda inglesa discreta com fãs regulares, foi em torno do quarto ou quinto álbum, com o ótimo “Urban Hiyns” que o mundo ouviu a balada grudante “bittersweet simphony”. E a banda foi processada pelos Rolling Stones por plágio. Mas quem imagina que o álbum tem esta única música como significativa tem que ouvir o álbum inteiro, pois é sensacional. Ainda em 97,o Garbage não lançou álbum, mas, após o sucesso de seu álbum de estréia (que contava com a mega sexy Shirley Manson nos vocais e o produtor do “Nevermind” do Nirvana na banda, Butch Vig), a banda deu continuidade aos belos clipes de “queer” e “only happy when it rains” com o clipe da oitentista “stupid girl”. Sim, a banda antecipou em 4 anos o revival aos anos 80.
1997 também foi ano do lançamento do segundo álbum do Supergrass, de onda saiu as ótimas “Richard III” e a bela “late in The day”. Os ingleses do Ash lançaram também o álbum “1977”, de onde saiu a bela balada “Lost in You”. 96 para 97 foi ano dos americanos do Weezer ousarem, com o curioso álbum “pinkertoon”. Flando em estranho, em 97 os americanos descobriram os ingleses do PULP, banda inglesa que capitaneou a segunda geração do chamado “britpop” com o excêntrico álbum “Different class”. Falando em britpop, um dos reis da segunda onda capitaneou mal o sucesso e a rivalidade com o blur e aspirou, ou melhor, cheirou as vendas do álbum anterior, o belo “what´s the story morning glory”. “Be here now” do Oasis poderia ser um álbum muito melhor se as músicas não fossem tão excessivas. São boas, mas demoram a terminar. Isso pode colocar uma boa música teto abaixo. “Alll around the world”, “stand by me”, “don´t go away”, “fade in out” , “my big mouth”, “do you know what i mean” e “magic pie” são exemplos de músicas que sim, demoram pra acabar.
A banda Kula Shaker fez sucesso com sons indianos
Bandas menores lançaram boins discos e singles neste ano também. Os hoje sumidos Mansum lançaram a música “wide open space” neste ano, e uma banda de indianos lançou um disco interesante neste ano. Alguém se lembra do Kula Shaker?
Em 97 a cantora islandesa lançou o mal compreendido e eletrônico “Homogeniac”, que contava com as belas “Joga” e “Barrilochete”. Isso porque em 97, o rock´n roll tentava flertar com a música eletrônica e encontrar um ponto de equilíbrio. O U2 também tentou, com o apressado “POP”. Apressado porque a prórpia banda admitiu. O U2 vinha tentando flertar com o eletrônico desde “zooropa”, de 1993, mas “POP” foi a tentativa final. Não que o álbum seja ruim, eu gosto muito dele. Mas as versões de “please” e “If you wear that velvet dress”, por exemplo, não foram as que vimos no clipe de “Please” e na turnê POPMart. Das eletrônicas do álbum, os destaques ficam para “gone”, “mofo” e do you feel loved”. Mas o que todo mundo lembrou mesmo foi de “discoteche”.
O próprio blur flerta com a eletrônica no homônimo “blur”, basta dar uma conferida em faixas como “i´m just a killer for your love”. Indo de pato a ganso, outra contribuição deste disco do blur foi “chinese bombs”, que virou vinheta de chamada para o comercial do brasileiro “rock e gol”, programa de futebol e rock da Mtv Brasil. David Bowie e Nine Inch nails, de 96 para 97, flertaram com a eletrônica também. O primeiro, com o curioso álbum “Outside”, e o segundo, por causa do álbum gravado sob mórbidas condições, “download spiral”.
Prodigy no clipe Breathe. O cara parece um dos tiras do CSI Las vegas.
Mas, com tanta gente querendo flertar com o eletrônico, apenas uma banda fundiu tão bem este gênero com rock. Neste famigerado ano, o álbum “The Fat of the land” do prodigy ganhou garagens e pistas o mundo todo. Quem viveu a época lembra bem dos hits “firestarter” e “breathe”.
Bowie, em cena extraída do clipe.
Ainda, 97 teve mais 2 curiosidades no mundo do rock: além das ótimas baladas que fizeram exceção ao eletrônico nos álbuns de David Bowie e U2, as belas músicas com belos clipes “Strangers when we meet” e “staring at the sun” das respectivas bandas, foi um ano em que os clipes tinham um curioso cenário esverdeado. Coisa de 97 para 98,procurem no you tube e reparem, os cenários dos clipes “ashes to ashes” do Faith no more, “precious declaration” do collective soul, “song 2” do blur, e “breathe” do prodigy são bem parecidos. Reparem também na semelhança dos clipes “closer”, do Nine Inch Nails, e “hearts filthy lesson”, ambos da mesma época e ambas músicas trilhas do filme “seven”. Falando em clipes, 97 foi o ano do engraçadíssimo clipe de “sabotage” do beastie boys”, em que eles interpretam policiais dos anos 70 de uma maneira bem engraçada. Em 97, após clipes bem sucedidos do último álbum como “1979”, “tonight tonight”, “bullet with butterfly wings” e “33”, o smashing pumkins sai de cena após uma overdose que matou o estreante na banda Jonathan Melvoy, e que levou a demissão do baterista jazzístico da banda, Jimmy Chamberlain.
Por fim, não poderia deixar de citar o possível álbum mais importante da década, aquele que mudou a forma de fazer música eletrônica e rock daí em diante. “Ok Computer” do Radiohead é uma obra prima que começa pelo encarte do CD. Feche os olhos, ouça “airbag”, a canção apocalíptica que abre o disco, e boa viagem. Uma pena. Depois de 97 o radiohead passou a se levarcada vez mais a sério e ficou chato, o rock esqueceu o eletrônico e abraçou o hip hop (de uma forma negativa), com lixos como Limp Bizkit (parece o nome daquele vilão do super homem que foge ao mero pronunciar de seu nome ao contrário)e “limpe o park”.
Sei que deixei muita coisa de fora, mas estas são algumas de minhas lembranças musicais do ano de 1997!
3 comentários:
cacetada waginao! isso não é um post, é um editorial!!! mto bom! logo mais vou ler...
Wagnão, em 97 vc não tinha 16 anos nem a pau! No mínimo uns 22 :P
Mas e aí, qual a música dos Stones que é plagiada em bittersweet simphony?
wagnão...o que tocava de The Verve nas rádios era brincadeira...mas vou te falar..adorava a Luck man!!
Memórias brazucas, lembro que foi o ano que o Charlie Brown Junior despontou...curtia o som novo, mas não imaginava que iria se transformar em uma "banda-malhação".
O Planet Hemp estava com a garra e a todo vapor...e ainda existia Raimundos.."eu queria ser, o banquinho da bicicleta.." hehehe
abs
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